Introdução: Acidente é definido como uma lesão não intencional e previsível. Conhecer o perfil populacional de risco para acidentes é importante para o adequado aconselhamento sobre a sua prevenção, nas consultas de puericultura.
Objetivo: comparar a exposição aos fatores de risco para acidentes entre duas faixas etárias.
Métodos: estudo transversal, retrospectivo, descritivo e analítico, incluindo 53 crianças com até seis meses de vida, atendidas em 14 Unidades Básicas de Saúde, no período de novembro/2016 a fevereiro/2017. As informações foram obtidas por meio de entrevista semiestruturada, excluindo-se crianças com doenças neurológicas e/ou incapacitantes. A exposição aos fatores de risco para acidentes foi separada por faixa etária GI (8804, 3m) e GII (até 3a6m), e comparadas utilizando-se ANOVA, Teste 967,2 ou Exato de Fisher (p 8804,0,05).
Resultados: 27 (50,9) do sexo masculino, média (±DP) idade = 79,5 (±49,6) dias. Exposição aos fatores de risco: 62,3 utilizavam almofada/travesseiro no leito e 51,9 suporte inadequado/banheira infantil, 35,8 não foram amamentados exclusivamente, 29,5 tinham brinquedos sem verificação/selo do INMETRO, 28,3 conviviam com fumantes, 26,4 dormiam na cama com os pais, 22,6 já utilizaram medicamento sem orientação médica. Amamentação exclusiva, um fator de proteção, foi mais prevalente entre as crianças do G1 (p 0,05). Sono noturno na cama dos pais foi maior em G1 (p 0,05) e uso de brinquedos foi maior em GII (p 0,05), ambos fatores de risco para acidentes.
Conclusão: dentre as várias orientações necessárias para a prevenção de acidentes, aquelas sobre estímulo à amamentação exclusiva por tempo prolongado, evitar sono na cama dos pais e compra adequada de brinquedos deveriam ser destaques, em momentos oportunos, para a população estudada.