EPIDEMIOLOGIA DO ESCORPIONISMO PEDIÁTRICO NAS REGIÕES BRASILEIRAS E SUA RELAÇÃO COM A MORTALIDADE NO PERÍODO DE 2019-2021

INTRODUÇÃO: O escorpionismo é um problema de saúde pública brasileira. A faixa etária pediátrica representa um dos grupos de maior risco, principalmente, pelo instinto de curiosidade intensificado nessa fase da vida e pela maior suscetibilidade ao envenenamento sistêmico grave. Nota-se que a maioria dos casos tem evolução benigna e, os casos de maior gravidade e até óbito dependerá tanto da idade da criança quanto do tempo percorrido entre a picada e a administração do tratamento adequado. OBJETIVO: Descrever o quantitativo de internações por acidente escorpiônico no Brasil, entre o período de 2019 e 2021, em crianças e sua relação com as taxas de mortalidade. MÉTODO: Estudo transversal, descritivo, com abordagem quantitativa, realizado mediante análise de dados do Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS) e do Ministério da Saúde/SVS – Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN, vinculados ao DATASUS, seguindo as variáveis de internação e taxa de mortalidade relacionadas ao escorpionismo nas regiões brasileiras entre janeiro de 2019 a dezembro de 2021, na faixa etária de 01 a 14 anos. RESULTADOS: Foram 2.962 internações por escorpionismo entre 01 a 14 anos, sendo que 67,65% ocorreram na região Sudeste, 13,8% na região Nordeste, 13,3% na região Centro-Oeste, 3,9% na região Norte, 1,21% na região Sul. Em relação à taxa de mortalidade notificadas, foram 146 mortes, sendo 53,42% na região Sudeste, 34,93% na região Nordeste, 6,16% na região Centro-Oeste, 2,73% na região Sul e na região Norte. CONCLUSÃO: A região mais populosa condiz com maior incidência de internações e mortes. Entretanto, a região brasileira menos habitada é a penúltima com crianças internadas. Os dados apurados constituem importante ferramenta para controle do escorpionismo, pois delimitam áreas mais atingidas, permitindo, assim, medidas de promoção e educação em saúde direcionadas e eficazes.