INTRODUÇÃO: A ENTEROCOLITE NECROSANTE (ECN) É UMA INFLAMAÇÃO DO TRATO GASTROINTESTINAL DOS RECÉM-NASCIDOS, PREDOMINANTEMENTE PREMATUROS.
UM ASPECTO DESTA SÍNDROME É A DIFICULDADE NO DIAGNÓSTICO PRECOCE E INTERVENÇÃO TERAPÊUTICA, DEVIDO AOS SINAIS E SINTOMAS INICIAIS SEREM INESPECÍFICOS.
RELATO: RECÉM NASCIDO PRÉ-TERMO (RNPT), FEMININO, 27 SEMANAS E 5 DIAS, PESO 1.240 GRAMAS, APGAR 1° E 5º MINUTO DE 4 E 7, NECESSITOU DE REANIMAÇÃO NEONATAL E EVOLUIU COM DESCONFORTO RESPIRATÓRIO PRECOCE, ENCAMINHADO À UTI.
NO 1° DIA DE VIDA (DV) APRESENTOU PIORA CLÍNICA, SENDO NECESSÁRIO, VENTILAÇÃO MECÂNICA E SURFACTANTE. MANTENDO-SE O JEJUM, SORO DE MANUTENÇÃO E NUTRIÇÃO PARENTERAL (NP).
DO 2º AO 14º DV, EVOLUIU SATISFTATÓRIAMENTE, RETIRADO OXIGENIOTERAPIA, PROGRESSÃO DA DIETA COM LEITE MATERNO (LM), SUSPENSA NP.
NO 15° DV APRESENTOU INSTABILIDADE, ABDOME DISTENDIDO, DOLOROSO, HEMATOQUEZIA E RESÍDUO GÁSTRICO. OPTOU-SE PELO JEJUM E ANTIBIOTICOTERAPIA. APÓS RADIOGRAFIA DE ABDOME, NOTOU-SE PNEUMOPERITÔNIO. REALIZADA CIRURGIA COM COLECTOMIA SUBTOTAL E ILEOSTOMIA. APÓS RETORNO À UTI EVOLUIU COM PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA REFRATÁRIA À MANOBRAS, EVOLUINDO PARA ÓBITO 18 HORAS APÓS O DIAGNÓSTICO E INÍCIO DO TRATAMENTO.
DISCUSSÃO: A ECN TEM UM FISIOPATOLOGIA MULTIFATORIAL. FATORES DE RISCO SÃO: PREMATURIDADE E BP. FATORES PRÉ-NATAIS E A FALHA NOS MECANISMOS DE TRANSIÇÃO AO NASCIMENTO, COMO NECESSIDADE DE REANIMAÇÃO, APGAR BAIXO E VPM PRECOCE FORAM ASSOCIADAS A ECN, COMO NO CASO DESCRITO.
A ECN É CLASSIFICADA COM ACHADOS CLÍNICOS E RADIOGRÁFICOS, PELOS CRITÉRIOS DE BELL, O ESTADIO 1: SUSPEITA, O ESTADIO 2: DEFINITIVA, COM EVIDÊNCIA DE PNEUMATOSE INTESTINAL, E O ESTADIO 3: AVANÇADA, MARCADA POR PNEUMOPERITÔNIO.
A MORTALIDADE RELACIONADA À ECN É ALTA. MEDIDAS PREVENTIVAS E QUE DIMINUEM RISCO SÃO: CONTROLE DE INFECÇÃO, USO DE CORTICOIDE ANTENATAL E PROGRESSÃO GRADUAL DA DIETA COM LM.
CONCLUSÃO: O AUMENTO NA INCIDÊNCIA DE ECN NAS UTI DEVE-SE AO AUMENTO DE SOBREVIDA NOS RNPT. A MELHOR PRÁTICA CLÍNICA PAUTA-SE NA PREVENÇÃO E DIAGNÓSTICO PRECOCE, MEDIDAS QUE GERAM IMPACTOS NA SOBREVIDA DESSES PACIENTES.