ENFRENTAMENTO DESIGUAL NO ACOMPANHAMENTO DE CRIANÇAS EXPOSTAS À SÍFILIS E AO HIV

Introdução: crianças expostas perinatalmente às infecções devem manter acompanhamento regular em serviço especializado.
Objetivo: avaliar o acompanhamento durante o primeiro ano de vida de uma coorte de crianças expostas perinatalmente à sifilis e ao HIV.
Métodos: estudo transversal, retrospectivo com revisão de prontuários de crianças nascidas durante o ano de 2017 e acompanhadas num serviço de referência em São Paulo.
Resultados: Dois grupo de crianças foram avaliados: 59 crianças expostas a sífilis (GS) e 39 crianças expostas ao HIV (GHIV). A média de idade das mães foi de 22 anos no GS (16 a 39 anos) e 28 anos no GHIV (17 a 39 anos). Referiram acompanhamento pré-natal 50 mães (84,7) do GS e 34 (87,2) mães do GHIV. O diagnóstico da sífilis materna da foi feito apenas no parto em 8 mulheres (15,3). No GHIV, 37 mães infectadas pelo HIV foram diagnosticadas antes do parto: 34 (97,2) antes da gestação, 3 (7,7) durante a gestação, 2 sem informação do diagnóstico. Foram infectadas verticalmente pelo HIV 7 mães (17,9). O número médio de consultas no primeiro ano de vida foi 5 (1 a 8) no GS e 6,3 (2 a 13) no GHIV. A vacinação, no primeiro ano de vida estava atualizada em 86,4 no GS e 82 no GHIV. No GS 23 crianças (39) abandonaram o acompanhamento e 7 (12,8) no GHIV. Apenas 2 crianças foram expostas a ambas doenças.
Conclusão: No momento, é maior e crescente o número de crianças expostas á sífilis do que aquelas expostas ao HIV. O diagnóstico da infecção (HIV ou sífilis) na gestação ou parto pode modificar a percepção da doença e da necessidade de acompanhamento do bebê. Mães com sífilis são mais jovens do que mães infectadas pelo HIV e isso pode ser uma razão para um menor compromisso com o acompanhamento do bebê.