DOENÇA PERIODONTAL NA GESTAÇÃO E REPERCUSSÕES AO RECÉM-NASCIDO E À GESTANTE: RESULTADOS PARCIAIS.

A Doença Periodontal na gestação desencadeia uma resposta imunológica exacerbada com altas concentrações locais e sistêmicas de marcadores inflamatórios. Objetivo: Investigar a repercussão da Doença Periodontal (DP) na gestante e suas complicações na gestação e no momento do parto, bem como desfechos negativos para o recém-nascido (RN) (infecção, prematuridade, baixo peso, restrição de crescimento fetal). Método: Estudo de coorte retrospectiva, a partir de registros de prontuários médicos de 142 gestantes atendidas em serviço de pré-natal de risco habitual entre 2012-2014, com avaliação odontológica para DP. Foram analisadas variáveis maternas gestacionais, do parto e do recém-nascido. Os RN foram estratificados em dois grupos: filhos de mães com DP (subdividido para Doença Periodontal grave -DPG) e, filhos de mães sem DP. Cada desfecho foi ajustado por um modelo de regressão logística múltipla, com significância se p0,05, considerando todos os potenciais confundidores. Resultados: Observou-se entre as mulheres com diagnóstico de DPG o aumento de chance de vulvovaginite 3,45 vezes maior (OR=3,45, p=0,050) e de RPM 5,59 vezes maior (OR=5,59, p=0,017). Nos recém-nascidos a chance de haver restrição de crescimento fetal foi 11,53 vezes maior nas gestantes com DPG (OR = 11,53, p=0,041). Conclusão: A Doença Periodontal aumentou a chance para desfechos neonatais e maternos negativos, sendo estes o recém-nascido nascer com restrição de crescimento fetal e a gestante apresentar vulvovaginite e rotura prematura de membrana, quando na presença da Doença Periodontal Grave.