DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL E EVOLUÇÃO TEMPORAL DA SÍFILIS CONGÊNITA EM PERNAMBUCO ENTRE 2011 E 2020

Introdução:A sífilis congênita é uma infecção provocada pela transmissão vertical do Treponema pallidum, sendo uma das principais causas de morbimortalidade fetal e neonatal. Tal patologia tem aumentado a sua ocorrência ao longo dos últimos anos, apresentando-se amplamente difundida no território nacional. Objetivo: Avaliar a distribuição espacial e a evolução temporal dos casos de sífilis congênita em Pernambuco no período de 2011 a 2020. Método: Trata-se de um estudo transversal, quantitativo, observacional e descritivo sobre os casos de sífilis congênita no estado de Pernambuco entre 2011 e 2020, a partir de dados secundários do Sistema de Informações de Agravos de Notificação, do Ministério da Saúde. Resultados: No espaço de tempo analisado, foi observado que 79,9% dos casos de sífilis congênita ocorreram na Região Metropolitana, 12,0%, no Agreste, 5,7%, no Vale do São Francisco e Araripe e 2,4% no Sertão. Detalhando a distribuição espacial, verifica-se que os recém-nascidos da I Gerência Regional de Saúde (GERES), com sede no Recife, foram responsáveis por 69,8% das notificações de sífilis congênita, seguidas pela IV GERES (Caruaru), com 9,9% dos registros. Quanto à análise temporal, o ano com menor taxa de sífilis congênita foi 2011, com 4,8 casos por mil nascidos vivos, enquanto o ano que apresentou a maior taxa foi 2018, com 14,6. Houve uma tendência de crescimento da taxa de sífilis congênita em Pernambuco no período estudado e isso foi estatisticamente significante, com R² ajustado para o modelo de 0,8718. Conclusão: Durante a década estudada, notou-se uma taxa crescente de sífilis congênita em Pernambuco, observando-se também um predomínio de casos na Região Metropolitana, especialmente, entre as residentes da I GERES. Isso demonstra a necessidade de se promover um pré-natal adequado, com diagnóstico precoce tratamento apropriado das gestantes, além do tratamento correto dos parceiros.