DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DA MORTALIDADE DE ADOLESCENTES POR SUICÍDIO NO BRASIL DE 2012 A 2021

Introdução: A grande extensão territorial e cultural brasileira impede a uniformização de ações em saúde mental, refletindo na ineficiência de cuidados que contemplem, com tipicidade regional, as necessidades de cada população. Dessa forma, diversos fatores agravantes, como as desigualdades sociais e econômicas imputadas aos estados contribuem para a diferente distribuição da mortalidade por suicídio durante a adolescência nas regiões do Brasil. Objetivo: Avaliar a distribuição espacial da mortalidade de adolescentes por suicídio no Brasil de 2012 a 2021. Método: Estudo quantitativo, observacional e descritivo, com uso de dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade, do Ministério da Saúde. A ocorrência da mortalidade foi aferida por grupos etários (10 a 14 anos e 15 a 19 anos). Resultados: No período analisado, foram notificadas 9.761 mortes de adolescentes por suicídio, sendo a maioria na região Sudeste (28,5%), seguido do Nordeste (24,3%), Sul (17,6%), Norte (16,8%) e Centro-Oeste (12,8%). Com relação à distribuição por estado, a maior parte ocorreu em São Paulo (15,1%), seguido de Minas Gerais (8,9%), Rio Grande do Sul (6,9%) e Paraná (6,5%). A tendência de autoextermínio foi maior na segunda metade da adolescência (84,3%), e isso se manteve em todas as regiões brasileiras. Conclusão: A análise espacial da mortalidade por suicídio em adolescentes, no Brasil, explicita a disparidade das ações de políticas públicas em diferentes regiões geográficas. Dessa forma, torna-se imprescindível a reavaliação do planejamento em saúde, especialmente voltada à assistência psicossocial, a fim de implementar intervenções que minimizem esse agravo.