DACRIOCISTITE – UM RELATO DE CASO NA AMAZÔNIA OCIDENTAL

Introdução: Dacriocistite é uma infecção rara do sistema nasolacrimal causada por uma obstrução ductal com osagentes etiológicos mais comuns: estreptococos alfa-hemolíticos, Staphylococcus epidermidis e Staphylococcus aureus. Apresentação mais comum no sexo feminino.

Descrição do Caso: Lactente, 2 meses, feminino, com histórico de conjuntivite neonatal de boa resolução, iniciou quadro de abscesso em região de ducto lacrimal esquerdo com febre, eritema e edema periorbitário e leucocitose de 15.000. Após avaliação do oftalmologista, iniciou-se Quinolona tópica oftálmica por 7 dias associado à Oxacilina endovenoso por 10 dias, a fim de evitar a complicação de celulite periorbitária. Evoluiu com drenagem espontânea do abcesso no 5º dia de antibiótico sistêmico, recebeu alta após término do tratamento e resolução do quadro.

Discussão: A Dacriocistite caracteriza-se por eritema, edema, rubor, sensibilidade do saco lacrimal e secreção purulenta. Lactentes e crianças devem ser acompanhados com oftalmologista e iniciar antibióticos sistêmicos imediatamente, devido o risco de evolução para meningite, celulite pré-septal ou orbitária e sepse. Em infecções leves o tratamento empírico é Clindamicina via oral, já em casos graves, a opção é Vancomicina intravenosa associada à Cefalosporina de 3ª geração de 7 a 10 dias. No caso supracitado, a opção por Quinolona tópica oftálmica e Oxacilina endovenosa se deve à localização do abcesso periorbitário e quadro hemodinâmico estável da paciente, evoluindo com boa resposta a terapia.

Conclusão: Nos pacientes pediátricos, a dacriocistite aguda é uma infecção potencialmente grave, que deve ser tratada em internação hospitalar. A escolha do antibiótico depende da idade do paciente, gravidade da infecção e presença de complicações, sobretudo, que apresente sensibilidade microbiana aos Gram positivos, principal patógeno da infecção.