CORRELAÇÃO ENTRE O ESCORE CRIB E A MORTALIDADE NEONATAL

Este trabalho objetiva avaliar o risco de óbito neonatal em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) baseado na aplicação do escore CRIB (Clinical Risk Index for Babies). Trata-se de um estudo retrospectivo, descritivo, envolvendo 60 recém-nascidos internados em uma UTI do interior paulista no período entre Janeiro de 2014 a Dezembro de 2016. Foram incluídos recém-nascidos com peso de nascimento igual ou inferior a 1.500g ou idade gestacional menor que 32 semanas. O escore foi aplicado nas primeiras 12 horas de vida com base na evolução clínica, fração mínima e máxima de oxigênio inspirado (FiO2) e excesso de base (BE). A maioria (84) dos pacientes nasceu por cesariana e permaneceram em média 49 dias internados na UTI, a mediana de peso ao nascer foi 1065 gramas e a idade gestacional média de 28 semanas. Quanto ao sexo, 29 (48) eram do sexo feminino e 31 (52) masculino. A porcentagem de óbito hospitalar foi de 18 bebês (30). Os recém-nascidos foram classificados em 4 grupos através da aplicação do escore CRIB. No Grau 1 (escore 0 a 5) haviam 15 bebês (25) e destes, apenas 3 (20) evoluíram para o óbito. O Grau 2 (escore 6 a 10), correspondeu a 36 bebês (60) e a mortalidade neste grupo foi 10 (27,7). Já no Grau 3, composto por apenas 6 bebês (10), o óbito neonatal aumentou para 33,3, correspondendo a 2 casos. Os 3 bebês incluídos no Grau 4 (escore 15) classificados como maior gravidade, evoluíram 100 para o óbito. Os resultados obtidos neste estudo demonstram que a mortalidade neonatal intra-hospitalar é diretamente proporcional aos graus do CRIB. Conclui-se então que os escores de morbi-mortalidade no período neonatal têm sido amplamente difundidos pois avaliam as doenças neonatais e a qualidade no tratamento, sendo excelentes preditores de sobrevida neonatal nas Unidades de Terapia Intensiva.