COMPLICAÇÕES NO PROCEDIMENTO DE BIÓPSIA HEPÁTICA PERCUTÂNEA

INTRODUÇÃO: A biópsia hepática percutânea é padrão ouro no diagnóstico de muitas hepatopatias em crianças. A principal complicação é sangramento, ocorrendo em cerca de 1 a 3 das biópsias em adultos. A incidência em crianças não é bem definida. OBJETIVO: Descrever complicações de biópsias hepáticas em crianças de ambulatório terciário de hepatologia, de fevereiro/2010 a abril/2018. MÉTODOS: Revisão de prontuários. Para menores de 14 anos, realizada sedação com Midazolam e Dextrocetamina EV. O local de punção foi demarcado com ultrassonografia e a técnica utilizada foi a de Menguini. Coletados hemograma completo e coagulograma na véspera, sendo realizada transfusão de plaquetas se PLT 50000 ou plasma fresco congelado se RNI 1,5. Novo hemograma foi coletado seis horas após o procedimento. RESULTADOS: Analisadas 219 biópsias hepáticas em 197 pacientes, 55,7 meninas. Variação de idade: 15 dias a 21 anos, média: 5,57 anos mediana: 3, 3 anos. A principal indicação para o procedimento foi colestase neonatal, em cerca de um terço da amostra. Complicações observadas: sangramento sem repercussão hemodinâmica em seis casos e com repercussão hemodinâmica em três biópsias, havendo hipotensão em um caso, necessidade de transfusão de concentrado de hemácias em outro caso e sangramento grave com necessidade de abordagem cirúrgica em uma paciente. CONCLUSÃO: 1) A principal indicação de biópsia hepática em nosso serviço foi colestase neonatal. 2) Sangramento pós-biópsia ocorreu em 2,7 dos procedimentos, 1,4 foram considerados graves. Um mesmo paciente apresentou sangramento nas duas vezes que realizou o procedimento. Esses valores são similares aos da literatura. Não houve complicação fatal em nossa amostra.