CARACTERÍSTICAS COMPORTAMENTAIS DE CRIANÇAS COM DOENÇA FALCIFORME EM AMBULATÓRIO DE REFERÊNCIA EM SÃO PAULO, SP.

Introdução: A doença falciforme (DF) é uma anemia hemolítica hereditária de elevada prevalência no Brasil, que pode estar associada a problemas comportamentais em crianças afetadas. Objetivo: Avaliar aspectos sociodemográficos e clínicos de crianças com DF e suas características comportamentais. Métodos: Aplicação de entrevista sobre aspectos socioeconômicos e outras condições de saúde e do Questionário de Capacidades e Dificuldades (SDQ) em pais de pacientes com DF, de 4 a 10 anos, em um ambulatório de referência. Dados clínicos foram obtidos dos prontuários médicos. Critérios de exclusão: uso de hidroxiuréia, diagnóstico prévio de acidente vascular cerebral, encefalopatia crônica e/ou deficiência intelectual. Resultados: 45 pacientes (19 meninas e 26 meninos). Mediana de idade: 7 anos. Diagnóstico da DF: 26 hemoglobinopatia SC, 19 hemoglobinopatia SS. Classe econômica (SES): D: 24,44, C2: 44,44, C1: 28,89, B2: 2,22. Antecedentes clínicos: síndrome torácica aguda: 40, transfusões: 66,67, internações: 82,22. Achados SDQ: 88,89 alteração clínica (subescala emocional: 68,89), pontuação total: alterada em 48,89. Não foi possível estabelecer relação entre gravidade da doença e os resultados do SDQ. Com relação à SES: entre indivíduos das classes B2 e C1, 21,43 tiveram alteração na pontuação total, nas classes C2 e D, esse percentual foi 61,29. Quanto à escolaridade do chefe da família: a partir do Ensino Fundamental completo, 39,29 das crianças tiveram alteração, para menor escolaridade, esse percentual foi 64,71. Conclusão: Alterações comportamentais são altamente prevalentes em crianças com DF. Indivíduos das classes C2 e D tiveram mais alterações comportamentais em relação aos indivíduos da classe B2 e C1.