AVALIAÇÃO DA EFICÁCIA DA ESCALA DE PRAM COMO CRITÉRIO DE ALTA EM CRISES ASMÁTICAS EM UM PRONTO SOCORRO DE UM PAÍS EM DESENVOLVIMENTO

A asma é a doença crônica mais comum na infância, com prevalência de 1 à 18% no mundo, sendo estimada em 9,4% no Brasil. A crise asmática, por consequência, é uma emergência médica pediátrica frequente, representando 30% das causas de visitas ao pronto-socorro. Pontuações clínicas podem servir como ferramentas simples e econômicas para qualificar a gravidade da asma para toda a faixa etária pediátrica, além de permitirem um rápido manejo inicial e avaliação mais precisa quanto à resposta terapêutica. O presente estudo tem como objetivo primário avaliar se o escore de PRAM (Pediatric Respiratory Assessment Measure) é um método seguro para a alta hospitalar em pacientes pediátricos de 2 a 17 anos com crises de asma, o qual classifica a gravidade da exacerbação de acordo com as pontuações 0 a 3, 4 a 7, 8 a 12, representando respectivamente baixo (10%), moderado (10% a 50%) e alto risco (50%) de internação hospitalar. No presente estudo, foi obtida amostragem de 42 pacientes, com PRAM médio encontrado nos pacientes internados de 5,4, abaixo do valor encontrado na literatura como preditor de alto risco de internação hospitalar. Este fato traz o questionamento do motivo pelo qual internamos crianças com pontuação inferior à esperada. Revisando a pontuação dos participantes cujo desfecho foi a internação hospitalar, observamos que 88,8% dos pacientes pontuavam no item saturação de oxigênio abaixo de 94%, este novo dado nos remonta a necessidade de uma nova abordagem para decisão de alta ou de internação hospitalar, quer seja considerar o item saturação de oxigênio com maior peso entre os demais, quer seja revendo a importância deste item na decisão de internação hospitalar. São necessários mais estudos para se estabelecer um PRAM cujo valor traga segurança aos aos plantonistas e aos pacientes para a decisão da alta hospitalar.