Introdução: Sabe-se, atualmente, que as experiências dolorosas às quais o recém-nascido (RN) é submetido podem ter relação com reações futuras e que existem diferenças no comportamento de resposta à dor nos RNs oriundos de diferentes vias de parto. Objetivo: O estudo teve como objetivo avaliar a resposta à dor em RNs nascidos por cesariana e parto vaginal, de forma contínua. Método: Trata-se de uma Coorte prospectiva, realizada na cidade de São Carlos/ SP. Participaram RNs a termo, divididos em 2 grupos: cesariana (PC) e parto vaginal (PV). Realizadas duas fases, utilizando como estímulo doloroso injeções intramusculares rotineiras: ao nascimento, vitamina K e, aos 3 meses, a vacinação meningocócica. Os RNs foram avaliados quanto à dor em 2 escalas, sendo 1 unidimensional (NFCS ou FLACC) e outra multidimensional (Comfort b), além de contagem de frequência cardíaca (FC), nos momentos antes, após e 10 minutos após os estímulos. Foram utilizados o Teste t student e o Teste Exato de Fisher para as análises, com significância de 5. Resultados: Foram avaliadas 83 crianças. A escala Comfort b mostrou média maior no grupo PC no momento antes do estímulo doloroso, mas tal diferença não se demonstrou estatisticamente. Já na FC, os valores encontrados tardiamente ao estímulo mostraram diferença significativa (p0,05), sendo os valores do grupo PC maiores que de PV. A segunda fase não obteve número de pacientes suficientes para análise. Conclusões: Os dados obtidos sugerem diferenças entre RNs nascidos de PV e PC, mas não demonstram diferenças em relação à percepção de dor entre os dois grupos.
Sociedade de Pediatria de São Paulo
Filiada da Sociedade Brasileira de Pediatria
Departamento de Pediatria da APM
