ASPECTOS DA VIOLÊNCIA NA ESCOLA DE MEDICINA E NOS HOSPITAIS

Introdução: A violência é tema atual que deve ser amplamente discutido em diferentes áreas de convívio, principalmente em locais de ensino como na faculdade de medicina, e hospitais de ensino, visto a importância de uma formação ética e empática que o médico deve ter.
Material e método: Após aprovação do Comitê de Ética Institucional, e assinatura do TCLE, um questionário online sobre vários aspectos da violência na escola de medicina e áreas de estágio foi aplicado aos docentes e alunos de uma faculdade privada de medicina do estado de SP.
Resultados: participaram do estudo 205 voluntários: 147 alunos do 1º ao 10º períodos do curso médico e 58 médicos, docentes, com 7 a 40 anos de formados. A média de idade dos alunos foi 21,8 anos e dos docentes 45,3 anos.Referiram ter sofrido algum tipo de violência 41 dos alunos e 40 dos médicos.As formas mais frequentes de violência sofridas nos dois grupos foram: piadas ofensivas, humilhação/intimidação e desqualificação. 41,3 dos atos de violência ocorreram dentro do ambiente da universidade ou campo de estágio e 38,0 no ambiente social ou acadêmico.71,8 dos entrevistados testemunharam atos de violência durante o curso. 14,3 dos alunos e 15 dos docentes referiram ter sofrido assédio sexual. Apenas 10 dos alunos (mas nenhum docente) recorreram a algum orgão dentro da universidade para se queixar da violência. A desqualificação intelectual entre as mulheres foi estatisticamente superior à sofrida pelos homens, tanto entre estudantes (41,7 X 7,8), quanto entre médicos (36,7 X 7,1). As consequências da violência variaram desde casos de insônia a pensamentos suicidas.
Conclusão: A violência ocorre com frequência dentro da universidade e cerca de 15 dos entrevistados sofreu assédio sexual. É necessário enfrentar esse problema com seriedade e ética.