ASPECTOS CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICOS DA TUBERCULOSE PULMONAR NA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA

Introdução: O diagnóstico e o controle da tuberculose pulmonar na infância continua sendo um grande desafio devido a inespecificidade clínica e dificuldade de isolamento do agente infeccioso.
Objetivo: Descrever os aspectos clínico-epidemiológico de crianças e adolescentes com tuberculose pulmonar.
Método: Trata-se de um estudo descritivo, com coleta retrospectiva de dados de prontuários de pacientes com tuberculose pulmonar no período agosto de 2010 a agosto de 2017.
Resultados e Discussão: Foram diagnosticados 45 casos de tuberculose pulmonar. A faixa etária mais acometida foi 1-4 anos seguida de 10-20 anos, sem predileção quanto ao sexo. Todos os doentes eram vacinados com BCG e fortes reatores à Prova Tuberculínica. Destaca-se a baixa incidência e presença de formas graves da doença em menores de 1 ano, justificada pela alta cobertura do BCG. Os sintomas mais referidos foram febre e tosse, inespecíficos e presentes em qualquer patologia do trato respiratório. A maioria referia contato com adulto portador de tuberculose intradomiciliar e dizia não ter sido incluído na investigação de contactuantes no momento do diagnóstico do caso índice. A apresentação radiológica mais comum foi a opacidade, derrame pleural e cavitação. O isolamento do agente infeccioso na baciloscopia de escarro ocorreu em aproximadamente 38 dos casos. Nas crianças menores em que foram realizados o lavado gástrico, a micobactéria foi isolada em 20 dos casos. No desfecho de tratamento houve apenas um óbito devido síndrome hematofagocítica e 3 abandonos. Chama a atenção o número de abandono, fato incomum nessa faixa etária no passado.
Conclusão: Dado a inespecificidade do quadro clínico da tuberculose pulmonar na infância e dificuldade no isolamento do agente infeccioso, a epidemiologia de contato com adulto portador de tuberculose pulmonar ainda é a maior arma para a suspeição dessa doença em indivíduos suspeitos.