ANÁLISE TEMPORAL DA MORTALIDADE EM ADOLESCENTES POR CAUSAS EXTERNAS NO BRASIL ENTRE 2012 E 2021

Introdução: A Organização Mundial de Saúde estimou que mais de 1,5 milhão de adolescentes morreram em 2019. As causas externas despontam como uma das principais causas dessas mortes. Essa realidade compromete o futuro do país, além de apontar para a falta de eficácia do governo na garantia dos direitos dos adolescentes. Assim, convém realizar um estudo temporal que permita modular o quantitativo de óbitos e fornecer parâmetros para a criação de políticas públicas mais assertivas. Objetivo: Analisar a tendência temporal das taxas de mortalidade de adolescentes por causas externas no Brasil entre 2012 e 2021. Métodos: As taxas de mortalidade foram divididas por ano e grupos etários (10 a 14 anos e 15 a 19 anos). A tendência foi investigada com uso de regressão linear simples a nível de significância de 5%. Os resíduos do modelo foram testados para autocorrelação serial pelo teste Durbin-Watson. Resultados: No período investigado, o ano de 2012 registrou 18.366 mortes (53,47mortes/100 mil habitantes). O ano que mais registrou óbitos por causas externas em adolescentes foi 2014 (19.141), representando a taxa de 56,00 mortes/100 mil habitantes, o que contrastou com 2021, em que foi identificado o menor número de mortes (11.806 mortes ou 36,71 mortes/100 mil habitantes). Comprovou-se, então, que houve uma tendência decrescente da mortalidade, com média de 4,31% ao ano (IC5%: 6,05%, 2,53%). O R² ajustado do modelo foi 0,700 e os resíduos não foram autocorrelacionados. Conclusão: Embora a análise evidencie a tendência decrescente da taxa de mortalidade por causas externas na adolescência, o número de jovens mortos no país, principalmente maiores de 15 anos, ainda é bastante elevado, refletindo a deficiência de políticas públicas dirigidas a esse grupo. Assim, faz-se necessário promover ações com foco na educação, saúde e segurança para reduzir as mortes e assegurar a qualidade de vida desses indivíduos.