Introdução: A septicemia é uma importante causa de morbimortalidade na pediatria, podendo complicar rapidamente com choque séptico refratário ou síndrome de disfunção de múltiplos órgãos. Para minimizar desfechos desfavoráveis, é necessário identificação e manejo eficientes dessa condição.
Objetivo: Descrever o perfil epidemiológico de internações e óbitos por septicemia da população pediátrica brasileira em 10 anos.
Método: Este estudo é uma análise transversal quantitativa e qualitativa acerca das internações e dos óbitos ocorridos por septicemia entre janeiro de 2013 e novembro de 2022, comparando diferentes regiões brasileiras e faixas etárias (0 a 19 anos). Os dados foram coletados pelo Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS), situado no DATASUS.
Resultados: No período analisado, houveram 191.222 internações e 22.067 óbitos por septicemia na faixa etária pediátrica. As regiões Sudeste e Nordeste apresentaram maior número de internações e óbitos, sendo 77.094 e 52.126 internações e 8.710 e 6.926 óbitos, respectivamente. A região Norte apresentou 19.008 internações e 2.781 óbitos (14,6%), e a região Sul registrou 22.136 internações e 2.361 óbitos (7,1%). Crianças menores que 1 ano apresentaram maior número de internações (116.646) e óbitos (12.263). O menor número de internações ocorreu entre crianças de 10 e 14 anos (11.965) e o de óbitos foi entre 5 e 9 anos (1.511).
Conclusão: As regiões Sudeste e Nordeste apresentam maiores quantidades de internações e óbitos por septicemia. Comparando a quantidade de internações e óbitos, a região Norte apresentou a maior taxa de mortalidade (14,6%). A faixa etária de maior risco é a de menores que 1 ano de idade. Esses dados podem ser utilizados pelos órgãos de saúde a fim de otimizar o direcionamento de recursos públicos para as regiões e faixas etárias que mais se beneficiariam.
Sociedade de Pediatria de São Paulo
Filiada da Sociedade Brasileira de Pediatria
Departamento de Pediatria da APM
