Introdução: A encefalite consiste na inflamação do parênquima encefálico com manifestações sistêmicas e de disfunções neurológicas e está associada à elevada morbimortalidade. O estudo do perfil epidemiológico é importante já que a etiologia varia com a localização e idade, sendo a maioria de origem viral, em especial herpes vírus 1 e 2 (HSV-1 e HSV-2), enterovírus não pólio e arbovírus.
Objetivo: Descrever o perfil epidemiológico de internações e óbitos de encefalite viral da população infantojuvenil brasileira em 10 anos.
Método: Estudo transversal, com análise quantitativa e qualitativa dos dados de internações e óbitos entre janeiro de 2013 e novembro de 2022, de acordo com as regiões brasileiras e a faixa etária (0 a 19 anos). A coleta foi realizada através do Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS) situado no DATASUS.
Resultados: No período analisado, houveram 9365 internações e 251 óbitos por encefalite viral na pediatria. As regiões Nordeste e Sudeste apresentaram o maior número de internações e óbitos, sendo 3219 e 2593 internações e 108 e 61 óbitos, respectivamente. A região Norte registrou 936 internações e 43 óbitos (4,6%). Crianças entre 1 e 4 anos apresentam o maior número de internações (3000) e óbitos (77), enquanto o menor número de internações foi registrado em jovens de 15-19 anos (1113) e de óbitos em crianças menores de 1 ano (34).
Conclusão: Nota-se que as regiões Nordeste e Sudeste (mais populosas do Brasil) apresentaram mais internações e óbitos, contudo, é importante ressaltar que a região Norte apresentou o maior percentual de óbitos por internações (4,6%). Crianças de 1 a 4 anos apresentam mais internações e óbitos. O conhecimento desses dados pelos órgãos de saúde é importante para direcionar os recursos quanto à região e idade para o diagnóstico precoce e tratamento de encefalite viral.
