ANÁLISE DO PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA SÍFILIS CONGÊNITA NO NORDESTE BRASILEIRO ENTRE 2011 E 2020

Introdução: A sífilis congênita (SC) é a infecção pela bactéria Treponema pallidum que ocorre por transmissão vertical da mãe para o feto por via placentária e está associada a perdas gestacionais, óbitos neonatais, distúrbios neurológicos e anomalias congênitas. O diagnóstico e o tratamento da sífilis congênita e gestacional são fáceis, acessíveis e podem ocorrer na atenção básica, mas ainda há muitas falhas, resultando em elevado número de notificações anuais. Objetivos: Analisar o perfil epidemiológico da sífilis congênita no Nordeste brasileiro entre os anos de 2011 e 2020. Método: Estudo descritivo, transversal, observacional e quantitativo, com o uso de dados secundários do Sistema de Informações de Agravos de Notificação, do Ministério da Saúde, acerca do registro de casos de sífilis congênita entre 2011 e 2020. Resultados: No Nordeste, foram registrados 56.141 casos de sífilis congênita no período avaliado. Das notificações, 50,9% envolveram meninas e 85,7%, pardos. Em relação à idade no momento do diagnóstico, 62,1% tinham menos de 24 horas e 31,8%, entre 24 e 72 horas de vida. Quanto às mães, observou-se que 53,4% tinham entre 20 e 29 anos de idade, 69,5% estudaram até o ensino fundamental e 85,0% tinham realizado acompanhamento pré-natal. Quanto à detecção de sífilis, 48,6% das mães tiveram o diagnóstico no pré-natal, 40,9%, no internamento e 10,5%, após o parto. Conclusão: A análise evidencia que a sífilis congênita acometeu neonato de ambos os sexos, com predomínio de pardos, com o diagnóstico feito nas primeiras horas de vida. Em geral, as mães estavam na terceira década de vida, possuíam baixa escolaridade, tendo realizado pré-natal, embora o diagnóstico de sífilis tenha sido feito tardiamente na maioria das vezes. Dessa forma, faz-se necessário a promoção de medidas voltadas à educação em saúde, à prevenção e ao tratamento precoce da sífilis materna para evitar a sífilis congênita.