AFOGAMENTO INFANTIL UMA PREOCUPAÇÃO PARA O DEPARTAMENTO DE EMERGÊNCIA: RELATO DE CASO

Introdução: O afogamento é considerado a segunda causa de morte evitável em crianças depois dos acidentes de trânsito e é a causa mais frequente de parada cardiovascular em pediatria.
Descrição do Caso: Paciente, masculino, 2 anos e 7 meses, foi encontrado pelo pai submerso na piscina de casa, que não sabia o tempo decorrido desde o acidente. A criança encontrava-se irresponsiva e os familiares prontamente iniciaram manobras de ressuscitação e o levaram para o pronto socorro pediátrico. Na chegada, paciente apresentava-se em PCR, sendo realizados ciclos de RCP por 20 minutos. Após retorno a circulação, foi realizado raio x de tórax que evidenciou aspiração maciça. Paciente evoluiu com piora do quadro geral evoluindo para óbito.
Discussão: Durante a submersão, o estímulo respiratório não pode ser suprimido por mais de dois minutos devido ao reflexo autônomo da respiração. Secundário a hipóxia e a hipercapnia, a inconsciência se instala e os reflexos de proteção, como laringoespasmo ficam suprimidos ocorrendo assim a aspiração maciça de água. Instala-se o edema pulmonar e a síndrome do desconforto respiratório, que podem evoluir para bradicardia e parada circulatória. O afogamento leva a morte por asfixia, razão pela qual a eliminação da hipóxia é o objetivo principal do tratamento e a única maneira de restaurar a circulação espontânea.
Conclusão: O socorro de um acidente de submersão depende principalmente do tempo entre o início do evento e as medidas iniciais realizadas para salvar a vítima. Lembrando-se sempre que nesses casos o atendimento deve seguir a sequência A-B-C do Basic Life Support, pois a hipóxia é a principal causa de PCR e morte. Para evitar esse tipo de acidente, o mais importante é a prevenção.