ADENOMATOSE PULMONAR

Introdução: A adenomatose pulmonar (AP), caracterizada pela presença de hiperplasia epitelial e metaplasia nos tecidos pulmonares, decorre de processo inflamatório e irritação crônica. Apresenta-se a seguir um caso da doença. Relato do Caso: RN masculino, nascido em 24/08 por cesárea, 2.910g, 48cm, perímetro cefálico/torácico de 39 e 32cm, respectivamente, APGAR-06/08, idade gestacional-37+5/7, sangue-A+. Mãe de 32 anos, pré-natal adequado, sem comorbidades/vícios, sangue-A+ e sorologias não-reagentes. Reanimado ao nascer, evoluiu com desconforto respiratório precoce, sendo encaminhado para a semi-intensiva. Após 3 horas houve piora do quadro respiratório, com transferência para UTIneo, recebendo ventilação não-invasiva (VNI) por 2 dias e oxigenoterapia por 1 dia. À imagem radiológica de 24/08 cogitou-se pneumonia congênita, iniciando antibioticoterapia com ampicilina/gentamicina, suspensas 8 dias após (hemocultura negativa). Identificados cistos em terço médio e base do pulmão direito confirmados pela tomografia, com diagnóstico de doença adenomatosa cística pulmonar crônica, realizou-se lobectomia em 05/09 (lobo médio/segmento inferior de lobo superior), com transferência para a UTIneo (VMI-7 dias, Vapojett-2 dias, dreno de tórax-10 dias, sonda vesical de demora-5 dias, cefazolina-48 horas, fentanil-7 dias, midazolan-3 dias, dopamina-6 dias, cateter de flebotomia-11 dias, sendo este retirado em 14/09 por aumento da proteína C reativa). A hemocultura revelou Staphylococcus coagulase negativa–oxacilina resistente. Iniciou-se vancomicina-10 dias, com evolução sem intercorrências, exames normais e hemocultura negativa. Recebeu alta em 27/09, com 3.410g, orientado para seguimento no ambulatório de alto risco, cirurgia infantil, fonoaudiologia e fisioterapia respiratória. Sugerido leite materno em livre demanda complementado por fórmula láctea e banho de sol diário-15 minutos. Discussão: O diagnóstico precoce e a rápida instituição da terapêutica adequada ao paciente descrito neste relato foram essenciais para o controle da AP, resultando em alta do paciente. Conclusão: A AP não deve ser confundida com outras doenças, visto que o diagnóstico e o tratamento precoces são essenciais para o bom prognóstico.