INTRODUÇÃO:
Acidentes vasculares encefálicos (AVEs) são entidades pouco frequentes na população pediátrica. Um dos principais fatores de risco para AVEs isquêmicos são procedimentos cirurgicos, coagulopatias, sexo masculino, entre outros. Traumatismo cranioencefalicos (TCEs) são frequentes na faixa etária pediátrica e correspondem a importante causa de morbi-mortalidade. Apesar do trauma ser listado como fator de risco para AVE pediátrico, é uma complicação rara.
Este trabalho visa relatar um caso de AVE isquêmico em um paciente pediátrico pós TCE leve.
DESCRIÇÃO DO CASO:
Criança de 2 anos e 7 meses, sexo masculino, previamente hígida, buscou serviço médico devido a desvio súbito de rima labial à direita 24 horas após TCE leve por queda da escada em domicílio sem perda de consciência, sem alterações neurológicas imediatas.
Durante avaliação inicial, apresentava hemiparesia completa à esquerda, desproporcionada com predomínio braquial. Tomografia computadorizada (TC) de crânio com presença de área hipodensa em região estriatal direita. Iniciado dexametasona, ácido acetilsalicílico (AAS), enoxaparina. Ressonância magnética de crânio evidenciou área de insulto recente na região da cabeça do núcleo caudado, braço anterior da cápsula interna e aspecto anterior do núcleo lentiforme direito. Na alta, 15 dias após entrada mantendo hemiparesia completa desproporcionada facial braquial, com força grau 4 em hemicorpo esquerdo com sinais de liberação piramidal.
DISCUSSÃO:
O AVE na infância é uma doença pouco prevalente, porém importante causa de morbidade nas crianças. As etiologias são diversas e multifatoriais. Em crianças, as principais abordagens medicamentosas do AVE são o uso do AAS, anticoagulantes e trombolíticos. Se diagnosticado e iniciado o tratamento precocemente, o índice de sequelas pós AVE reduz drasticamente.
CONCLUSÃO:
Muitas vezes o AVE é negligenciado na pediatria e raramente considerado como possível consequência de TCEs. Importante a suspeita e o reconhecimento precoce por parte dos pediatras, já que a abordagem adequada favorece uma melhor evolução, minimizando sequelas e melhorando o prognóstico.