A NOVA CARA DA SÍFLIS CONGÊNITA: ESTAMOS PREPARADOS PARA TRATAR ESTAS CRIANÇAS?

Introdução: A sífilis congênita permanece como um grave problema de saúde pública no Brasil e as consequências da ausência ou de tratamento inadequado do recém-nascido podem ocasionar sequelas irreversíveis. Objetivos: descrever e caracterizar crianças com sífilis congênita residentes em uma comunidade carente de Salvador. Metodologia: Estudo de série de casos realizado mediante corte transversal. Aprovado pelo CEP. Pais ou responsáveis assinaram o TCLE. Foram aplicados questionários específicos sobre desenvolvimento infantil e realizado o ENE (exame neurológico evolutivo). Os resultados estão sendo analisados no software SPSS. Resultados: Foram avaliadas até o momento 23 crianças (04 meses a 3 anos) e observou-se que falha no teste da orelhinha e posterior confirmação da Perda Auditiva (com audiometria comportamental) foi confirmado em 10 (43). Sequelas neurológicas múltiplas (hemiparesia, clônus, distúrbios especifico de linguagem) foram observadas em 13 (56). Não houve falha no teste do olhinho nem alterações oftalmológicas até o momento. Conclusões: É necessário que o tamanho amostral seja ampliado para termos um escopo maior do agravo, mas já se observa a necessidade de que haja políticas públicas voltadas para prevenção de mais casos, e tratamento efetivo e multidisciplinar dos casos já existentes para desta forma evitar maiores seqüelas sobre uma fase crucial do neurodesenvolvimento que é o primeiro ciclo da infância.