Introdução: O Tumor de Wilms (TW) é a neoplasia renal infantil mais comum. O prognóstico, geralmente favorável, depende do tipo histológico, estadiamento e possibilidade terapêutica.
Descrição: Recém-nascido a termo, pré-natal adequado e sem intercorrências, com massa abdominal palpável em topografia renal esquerda, vista pelo pediatra em exame físico em sala de parto e confirmada em exames de imagem posteriores nos primeiros dias de vida. No primeiro dia de vida, tomografia de abdômen evidenciou formação expansiva retroperitonial esquerda com coeficiente heterogêneo e áreas de densidade cística de permeio. No sétimo dia, ultrassonografia abdominal mostrou massa sólida cística em topografia de rim esquerdo com vascularização aumentada. Foi submetido à nefrectomia esquerda com 23 dias de vida, com histopatológico demonstrando neoplasia maligna pouco diferenciada, proliferação difusa de células e figuras de mitose, estadiamento NWTS/COG modificado IIA, sugerindo grande possibilidade, visto a epidemiologia e a clínica, de nefroblastoma.
Discussão: O TW tem como apresentação clínica mais frequente a massa abdominal palpável assintomática. O exame físico neonatal minucioso para o diagnóstico presuntivo de diversas patologias possui extrema importância. Nesse contexto, o diagnóstico precoce possibilitou a investigação em janela de tempo ideal, que diminui a chance de recorrência do tumor, rastreio de comorbidades associadas, exclusão de diagnósticos diferenciais e escolha de quimioterapia adequada no seguimento.
Conclusão: O diagnóstico presuntivo de TW pelo exame físico realizado em sala de parto em criança sem alterações nos exames pré-natais permitiu o acompanhamento multidisciplinar e abordagens que mudam a sobrevida e o prognóstico da doença. Dessa forma, a semiologia foi capaz de detectar alterações e, assim, diminuir a ocorrência de possíveis complicações que poderiam ser fatais se não acompanhadas de forma adequada.