A anemia é o problema nutricional de maior magnitude no Brasil e a deficiência de zinco também tem sido considerada como problema de saúde pública acarretando prejuízos na saúde e desenvolvimento ao longo da vida, e favorecendo o aparecimento de doenças.
Em crianças com a Síndrome de Down (SD) ambas as deficiências acontecem em maior prevalência, com prejuízos e repercussões negativas em funções bioquímicas, imunológicas e clínicas.
Objetivo: Avaliar o nível sérico do Zinco, Hemoglobina, Ferro e Ferritina em crianças e adolescentes com SD.
Métodos: Estudo clínico transversal, aprovado no Comitê de Ética. Realizada análise sérica de Hemoglobina, Ferro (Fe), Ferritina e Zinco (Zn) em crianças e adolescentes com SD, em seguimento ambulatorial em Hospital Universitário. Normalidade: Zn 65 120 956,g/dl, Anemia: Fe menor que 30 mg/dl e, ferritina menor que 15 956,g/L. O diagnóstico de anemia para Hemoglobina foi considerado segundo valores da Organização Mundial de Saúde (OMS) por faixa etária. Método de espectrofotometria de absorção atômica para análise do Zn. Análise estatística realizada.
Resultados: Incluídos 37 crianças e adolescentes, a média do valor sérico do Zn foi 50,4 956,g/dl (dp 10,0 956,g/d) e 89,2 apresentaram deficiência. A anemia foi diagnostica em 24,3 dos incluídos e, em 21,6 houve deficiência de Fe e em 25,1 deficiência de Ferritina. Todas as crianças com ferro-deficiência apresentaram também deficiência de Zn, e apenas uma com anemia apresentava o zinco sérico normal.
Conclusão: As crianças com SD apresentaram concomitantemente as deficiências dos micronutrientes estudados e anemia. Considerando que a distribuição de ferro e zinco nos alimentos, assim como os componentes dietéticos que modificam suas absorções, é similar, sugerindo que ambos os déficits apresentam fatores de risco análogos e uma dieta pobre nestes nutrientes. Como ambos déficits podem acarretar repercussões negativas sobre o crescimento e desenvolvimento a reposição dietética e suplementar se faz necessária.
