Amamente: pelo seu bebê, por você e pelo planeta

O leite materno é, sem dúvida, o melhor alimento para o seu bebê. Além dos benefícios para ele, a amamentação também traz proteção para a saúde materna. Nesse ano, o slogan da Semana Mundial de Aleitamento Materno é “Apoie o aleitamento materno para um planeta saudável”.

Somente o leite materno tem a quantidade e a proporção de nutrientes adequadas às necessidades do bebê para cada momento de sua vida, pois se trata de um alimento vivo, com capacidade de mudar e adaptar sua composição ao longo do tempo. 

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Além disso, amamentar fortalece o vínculo entre a mãe e o bebê, melhora a imunidade, reduz a mortalidade infantil e a incidência de alergias e doenças crônicas como a obesidade, hipertensão e diabetes. Também diminui o risco de infecções intestinais e respiratórias, previne cáries e má oclusão e é um dos principais fatores que pode proteger o bebê da Síndrome da Morte Súbita do Lactente.

Estudos demonstraram que crianças que foram amamentadas têm mais chances de amamentar seus filhos no futuro, comprovando que o aleitamento materno também favorece um hábito alimentar e de vida mais saudável para as próximas gerações.

Para a mãe, amamentar reduz o risco de desenvolver diabetes tipo 2, câncer de mama, ovário e endométrio, além de facilitar a perda de peso pós-parto. Para a família, tem a vantagem de ser de graça, já na temperatura ideal para o bebê e sem risco de contaminação externa por bicos ou mamadeiras. 

Outros estudos comprovaram que crianças que foram amamentadas têm melhores empregos e salários maiores na vida adulta.

E qual o impacto da amamentação para o nosso planeta? 

O leite materno é um alimento natural e de fonte renovável, não gera resíduos e nem poluição ambiental. Com o uso e incentivo das fórmulas infantis, milhões de latas de metal e rótulos de papel são produzidos e descartados no meio ambiente, além de fomentar a indústria de plásticos para produção de bicos e mamadeiras que, mais cedo ou mais tarde, acabarão em aterros sanitários, lixões ou em nossos oceanos.

A forma de produção, embalagem e distribuição dessas fórmulas contribui para o aquecimento global e dificulta atingir as metas mundiais preconizadas de redução de danos ao ambiente, pois contribui com o (ou para o) aumento da pegada de carbono.

O leite materno, em contrapartida, é entregue diretamente ao consumidor final, sem necessidade de embalagens ou processos industriais geradores de poluição. O ato de amamentar protege o planeta de forma direta, por ser um alimento sustentável, e indireta, através da geração de adultos mais saudáveis, seguros e com maior equilíbrio emocional, que certamente vão contribuir para o desenvolvimento de um planeta mais saudável. 

Essas evidências sustentam as atuais recomendações de que as crianças sejam amamentadas em livre demanda desde a sala de parto até os dois anos ou mais e de forma exclusiva até o 6º mês de vida.

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Relatores:
Karina Rinaldo
Ligia Vigeta
Departamento Científico de Aleitamento Materno da Sociedade de Pediatria de São Paulo