A Semana Mundial de Aleitamento Materno iniciou suas comemorações no ano de 1992, a partir da Declaração de Innocenti de 1990. Este documento reconhece o direito fundamental de mães amamentarem e bebês serem amamentados como fator importante para saúde e bem-estar de ambos.
Em 2024 a WABA (Word Alliance for Breastfeeding Action), que é uma rede global de indivíduos e organizações dedicadas à proteção, promoção e apoio à amamentação em todo o mundo, e a IBFAN Brasil (Rede Internacional em Defesa do Direito de Amamentar – International Baby Food Action Network), que têm lutado por um mundo sem pressões comerciais, para que as mulheres possam tomar decisões informadas quanto à alimentação infantil de forma adequada. Estas organizações trazem como tema deste ano, no Agosto Dourado, o APOIO À AMAMENTAÇÃO EM TODAS AS SITUAÇÕES, reduzindo as desigualdades.
Segundo estas instituições, a SMAM (Semana Mundial de Aleitamento Materno) está apoiada em 4 pilares que são:
Informar: sobre as desigualdades existentes no apoio à amamentação e sobre os seus indicadores.
Promover: ações para reduzir as desigualdades no apoio à amamentação com foco em grupos de apoio.
Consolidar: a amamentação como um fator que contribui para diminuir as diferenças na sociedade.
Envolver: líderes como pessoas e organizações para colaborar e apoiar a amamentação.
Inúmeras são as situações em que as mães e os bebês precisam de apoio.
Dentre as situações em que as lactantes devem ser apoiadas, temos: as mulheres que trabalham de maneira formal e informal na volta ao trabalho; as mães de prematuros; nas crises climáticas (enchentes, tufões, terremotos etc.); nas diferenças de gênero e raça e várias outras situações cujo apoio é fundamental para que o aleitamento materno seja exclusivo até o sexto mês e complementado até dois anos ou mais, segundo a orientação da Organização Mundial da Saúde (OMS).
O que podemos fazer?
Para a mulher trabalhadora formal, devemos promover legislações que permitam que amamentem, exclusivamente, até o sexto mês, além de trabalhar com sindicalistas para informar aos trabalhadores sobre os seus direitos. Para as trabalhadoras informais, é necessário fornecer locais para que elas possam amamentar e coletar o seu leite perto do local de trabalho, assim como receber ajuda financeira para que possam permanecer mais tempo em casa com seus filhos.
Para as mães de prematuros, o apoio nas maternidades, para evitar o desmame precoce, é de fundamental importância para que os bebês possam sair de alta em aleitamento materno exclusivo. Este apoio passa por orientações sobre a importância da amamentação, estimular que os bebês prematuros possam ir de forma precoce para o seio materno e estimulação à coleta frequente do leite materno para que a produção láctea da mãe não diminua.
Nas crises climáticas, os profissionais da saúde devem ficar atentos ao assédio das indústrias de fórmulas infantis nas doações e distribuições de forma indiscriminadas. Devemos ficar atentos ao Código Internacional de Comercialização de Substitutos do Leite Materno (NBCAL) que regulamenta a distribuição de fórmulas.
Nos casos de diferenças racial e social, que existam sistemas públicos que ofereçam grupos de apoio à mulher e às suas famílias com informações oportunas e precisas, bem como apoio prático e emocional para promover a amamentação ideal na iniciação e estimulação à manutenção do aleitamento materno.
O aleitamento materno é um dos melhores investimentos em Saúde Global. Ao intervir para que possamos prolongar a amamentação, melhoraremos a saúde e sobrevivência de mães e crianças e teremos a melhoria do meio ambiente, que ficarão mais livres de resíduos e substâncias tóxicas.
ESTE MATERIAL FOI ELABORADO A PARTIR DO SITE DA WABA E DA IBFAN BRASIL.
Saiba mais:
– WABA (Word Alliance for Breastfeeding Action). https://waba.org.my/
– IBFAN (Rede Internacional em Defesa do Direito de Amamentar – International Baby Food Action Network). http://www.ibfan.org.br/site/
Relatora:
Rosângela Gomes dos Santos
Presidente do Departamento Científico de Aleitamento Materno da Sociedade de Pediatria de São Paulo