Alta da maternidade… e agora?

Alta da maternidade… e agora?

medium_338724105Durante o período na maternidade, normalmente a relação mãe, pai e bebê costuma correr bem. Todos se sentem seguros e entendem que em qualquer dificuldade contarão com a ajuda de alguém. Mas, mas ao chegar em casa, essa situação de conforto pode mudar e os pais podem se sentir sozinhos, sem nenhum profissional como referência. É muito comum procurarem ajuda de uma pessoa da família ou algum amigo mais próximo mas, infelizmente, nem sempre essa é uma boa saída. Os conceitos, a prática e o manejo do aleitamento mudaram muito na última década e algumas condutas continuam a acontecer, podendo causar grandes malefícios à amamentação e à saúde futura da criança.

O Departamento Científico de Aleitamento Materno da SPSP orienta que as grávidas consultem o pediatra em torno da 32ª semana de gestação. Nessa consulta, a gestante receberá orientações sobre o aleitamento e a saúde do bebê, além de ter a possibilidade de tirar suas dúvidas e estabelecer vínculo com o profissional que será o futuro pediatra de seu filho. Assim, quando as primeiras dúvidas e dificuldades acontecerem, os pais terão a quem recorrer.

O sonho de quase todas as mulheres é ter o leite “espirrando” da mama já no momento do nascimento, mas a realidade não é essa. O primeiro leite produzido é o colostro e ele vem em pequena quantidade porque é muito concentrado. O colostro é suficiente para garantir a nutrição e proteção do bebê.

Outra situação muito comum e que costuma causar muita angústia e transtornos, principalmente nos primeiros dias, é o ingurgitamento da mama. A mama ingurgitada é aquela que parece estar muito cheia de leite, mas após a massagem e tentativa de retirar o leite a frustração aparece, porque o leite não sai. Isso acontece devido ao edema (inchaço) que se instala e, em consequência, o bebê não consegue abocanhar e fazer a pega correta. Se o ingurgitamento não for devidamente tratado pode resultar num ciclo vicioso extremamente desgastante, tanto para a mãe, como para o bebê. O recém-nascido chora muito (neste caso é fome mesmo) porque não consegue abocanhar e tirar o leite. Como não consegue fazer a pega da aréola, pegará apenas o bico, o que causará dor e fissuras nas mamas, podendo desenvolver mastite e até mesmo chegar a um abscesso mamário. Se a mãe tiver bico plano ou invertido, a situação se tornará mais difícil de ser contornada, sem ajuda de um profissional.

Para prevenir os problemas com a amamentação, o ideal é colocar o bebê para mamar logo após o nascimento, não oferecer bicos e, principalmente, não dar “aquela mamadeira para a mãe descansar”. Mas, se esta situação se instalar, a ajuda de um profissional habilitado torna-se imprescindível. Como nem sempre isso é possível, essa ajuda poderá vir do profissional do Banco de Leite Humano (BLH). As listas dos BLHs, com telefones e endereços estão disponíveis no site da Rede Nacional de Banco de Leite Humano (clique aqui). Alguns BLHs prestam atendimento 24h.

Medidas como massagens nas mamas, compressas frias e ordenha, mesmo que só da aréola, podem ajudar muito.

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Relator:
Departamento de Aleitamento Materno da SPSP

Publicado em 02/04/2015.
photo credit: ODHD via photopin cc

Este blog não tem o objetivo de substituir a consulta pediátrica. Somente o médico tem condições de avaliar caso a caso e somente o médico pode orientar o tratamento e a prescrição de medicamentos.

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