A gripe H1N1: tire dúvidas

A gripe H1N1: tire dúvidas

O período de incubação do vírus influenza dura de 1 a 4 dias, podendo chegar a 10 dias em crianças e se estender em pacientes imunossuprimidos. A gripe é uma infecção aguda das vias aéreas que cursa com febre alta, sendo que a curva térmica usualmente declina após dois ou três dias, podendo durar por até seis dias. A febre geralmente é mais acentuada em crianças. Os demais sinais e sintomas são habitualmente de aparecimento súbito, como: tosse seca, rinorreia, calafrios, mal-estar, cefaleia, mialgia, dor de garganta, artralgia e prostração. Podem ainda estar presentes: diarreia, vômito, fadiga, rouquidão e hiperemia conjuntival. As queixas respiratórias, com exceção da tosse, tornam-se mais evidentes com a progressão da doença e mantêm-se, em geral, por três a quatro dias após o desaparecimento da febre. A tosse, a fadiga e o mal-estar frequentemente persistem pelo período de uma a duas semanas.

Vacina
A vacinação anual contra influenza é a principal medida utilizada para se prevenir a doença, porque pode ser administrada antes da exposição ao vírus e é capaz de promover imunidade durante o período de circulação sazonal (a imunidade ocorre de duas a três semanas após a aplicação e decai após seis a oito meses) do vírus influenza reduzindo o agravamento da doença (que é a SRAG – Síndrome Respiratória Aguda Grave), especificamente aos grupos de maior vulnerabilidade e com maior risco para desenvolver complicações.

DÚVIDAS FREQUENTES

Qual é o esquema vacinal orientado pelo Ministério da Saúde?
• 6 a 35 meses de idade: 2 doses de 0,25 ml (meia dose) com intervalo mínimo de 4 semanas (30 dias após a 1ª dose)
• 3 a 8 anos de idade: 2 doses 0,5 ml com intervalo mínimo de 4 semanas (30 dias após a 1ª dose)
• a partir de 9 anos de idade e adultos: 1 dose única – 0,5 ml.
• criança que já recebeu uma ou duas doses em 2015: deve receber apenas 1 dose em 2016
• criança de seis meses a nove anos incompletos que não receberam vacina em 2015 (serão vacinadas pela primeira vez), deve receber uma segunda dose (30 dias após a 1ª dose).
A Campanha atual em São Paulo já disponibiliza a vacina trivalente para todos esses grupos desde o dia 10 de abril.

Por que vacinar todo ano?
É recomendada vacinação anual contra influenza para os grupos-alvos definidos pelo Ministério da Saúde, mesmo que já tenham recebido a vacina na temporada anterior, pois se observa queda progressiva na quantidade de anticorpos protetores (a imunidade tem queda 6 a 8 meses após a vacinação) e a vacina muda todo ano. A vacina de gripe é atualizada todos os anos para adequá-la aos vírus circulantes naquela estação e sua composição é definida pela Organização Mundial da Saúde (OMS). As vacinas influenza utilizadas em nosso país até o ano passado eram trivalentes, contendo uma cepa A/H1N1, uma cepa A/H3N2 e uma cepa B (linhagem Yamagata ou Victoria). As novas vacinas quadrivalentes licenciadas em 2015 contemplam, além dessas três, uma segunda cepa B. Ambas são inativadas e não possuem adjuvantes em sua composição. O perfil de segurança é o mesmo.

Há algum grupo prioritário para receber a vacina quadrivalente?
As recomendações para as vacinas quadrivalentes são as mesmas que aquelas previstas para as vacinas trivalentes. Portanto, é importante lembrar que os grupos de maior risco para as complicações e óbitos por influenza não devem deixar de se vacinar, independentemente da vacina que estiver disponível. Para idosos, gestantes e crianças de seis meses a cinco anos acesso gratuito a vacina na rede pública. Os demais grupos de risco, portadores de doenças crônicas, como as patologias reumáticas e comorbidades, em qualquer faixa etária nos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE).

A vacina pode ser aplicada simultaneamente com outras vacinas?
Tanto as vacinas trivalentes, como as vacinas quadrivalentes, podem ser aplicadas simultaneamente com as demais vacinas do calendário da criança, adolescente, adulto ou idoso.

A vacina pode ser utilizada em imunodeprimidos?
Sendo vacina inativada, não há restrições de uso em pessoas imunocomprometidas, seja esta imunodepressão decorrente de uma doença ou por medicamentos, ao contrário, esses indivíduos têm indicação de vacinação.

Para quem a vacina está indicada?
• Grávidas em qualquer idade gestacional, puérperas até 45 dias após o parto (incluindo as que tiveram aborto ou perda fetal).
• Adultos com mais de 60 anos.
• Crianças menores de 5 anos
• Pessoas portadoras de doenças crônicas e outras doenças que comprometam a imunidade: imunossupressão associada a medicamentos, neoplasias, HIV/aids, doenças reumáticas ou outros.

NOTA IMPORTANTE
Enquanto a campanha pública de vacinação contra a gripe não começa, algumas cidades do estado de São Paulo, onde o número de casos de H1N1 cresceu muito este ano, estão vacinando os grupos prioritários com lotes da vacina de 2015 solicitados ao Ministério da Saúde.
Esta estratégia é valida para controle da gripe causada por influenza H1N1, porque não sofreu mudanças em comparação a do ano passado. Por essa razão, os lotes de 2015 são eficazes contra a H1N1. Porém, a Organização Pan Americana de Saúde (OPAS) destacou ser necessário atualizar a vacina, uma vez que a vacina para a temporada atual (tanto a trivalente quanto a quadrivalente) é composta por duas cepas diferentes da temporada de 2015. A proteção contra os outros dois vírus da gripe – H3N2 e Influenza B (Yamagata foi em 2015 e esse ano é a Victoria) – ficaria comprometida. Caso a pessoa receba a vacina de influenza 2015, a OPAS e o Ministério da Saúde alertaram que ela deverá também ser vacinada durante a campanha de 2016 para garantir a proteção contra as cepas dos vírus influenza circulantes neste ano.

Outras informações podem ser obtidas nos seguintes endereços:
Secretaria de Vigilância em Saúde/MS – www.saude.gov.br/svs
Organização Mundial da Saúde – www.who.int/en/
WHO vigilância e monitoramento – www.who.int/influenza/surveillance_monitoring/en/
WHO influenza – www.who.int/influenza/en/
Organização Pan-Americana da Saúde – www.paho.org
Centers for Disease Control and Prevention – www.cdc.gov
Agência Nacional de Vigilância Sanitária – www.anvisa.gov.br
Sociedade Brasileira de Imunização – www.sbim.com.br
MInistério da Saúde – portalsaude.saude.gov.br/index.php/o- ministerio/principal/secretarias/svs/influenza

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Relator:
Departamento de Reumatologia da SPSP.

Publicado em 29/04/2016.
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Este blog não tem o objetivo de substituir a consulta pediátrica. Somente o médico tem condições de avaliar caso a caso e somente o médico pode orientar o tratamento e a prescrição de medicamentos.

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