O Dia Mundial de Conscientização sobre a Epilepsia é celebrado no dia 26 de março. É também conhecido como “Dia Roxo” (Purple Day); assim, todos os anos no dia 26/03, pessoas ao redor do mundo são convidadas a usar a cor roxa e promover eventos que tragam esclarecimentos sobre a doença.
A epilepsia é uma das condições neurológicas mais prevalentes no mundo, comprometendo cerca de 1% dos indivíduos. Mais especialmente em crianças, essa prevalência ocorre em 2% dos casos, cifra bastante significativa. Sua ocorrência é mais expressiva nos primeiros três anos de vida.
A característica da epilepsia é sua tendência à repetição das convulsões. Manifesta-se por convulsões com características diversas, sendo a mais conhecida a do tipo generalizado, com tremores difusos nos braços e pernas e contratura muscular, às vezes concomitantes na face, com perda de consciência. É o tipo mais comum e de maior conhecimento público.
Entretanto, existem outras formas, como por exemplo: crises com tremores somente na face, ou só num membro superior, consideradas parciais; crises de ausência, nas quais há um curto período de desligamento ou perda de contato e pronta recuperação; crises de contraturas ou espasmos musculares em flexão dos membros; ou súbitas perdas de tônus muscular e queda. Enfim, são múltiplas expressões clínicas, e que podem caracterizar tipos de síndromes epilépticas.
É importante lembrar que convulsão não é sinônimo de epilepsia e que pode ocorrer em outras circunstâncias: insolação, hipoglicemia, infecções do sistema nervoso, traumas cranianos.
A sua ocorrência implica sempre em um procedimento médico de emergência e investigação na busca do esclarecimento da causa e conduta a seguir, e exames complementares necessários, como o eletroencefalograma, obtenção de imagens radiológicas e outros que possam ser indicados.
Após os esclarecimentos, a criança e familiares deverão ser encaminhados para Serviço Especializado em Epilepsia para acompanhamento adequado da terapia medicamentosa, realização de exames complementares e em consultas com os especialistas, por determinados períodos estabelecidos em protocolos.
O tratamento medicamentoso com anticonvulsivantes tem bom prognóstico em grande parte dos casos. Nos casos de convulsões refratárias, o profissional procederá na busca de alternativas, como mudança do esquema de medicamentos ou em alguns casos a possibilidade cirúrgica.
Relator:
Saul Cypel
Professor Livre-Docente de Neurologia Infantil
Membro do Departamento de Neurologia e Neurocirurgia da Sociedade de Pediatria de São Paulo