5 de junho – Dia Mundial do Meio Ambiente e Ecologia

5 de junho – Dia Mundial do Meio Ambiente e Ecologia

A importância do Dia Mundial do Meio Ambiente e Ecologia, comemorado em 5 de junho, é mais que evidente na atualidade, devido aos muitos problemas ambientais que enfrenta o mundo contemporâneo.

A Terra, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), enfrenta uma emergência planetária tripla: o clima está se aquecendo rápido demais para que as pessoas e a natureza se adaptem; a perda de habitat e outras pressões significam que cerca de 1 milhão de espécies estão ameaçadas de extinção e a poluição continua a envenenar nosso ar, terra e água.

A data de 5 de junho foi recomendada pela Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente, realizada em 1972, em Estocolmo, na Suécia. Por meio do decreto 86.028, de 27 de maio de 1981, o governo brasileiro também decretou no território nacional a Semana Nacional do Meio Ambiente.

Liderado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e realizado anualmente em 5 de junho desde 1973, o Dia Mundial do Meio Ambiente é a maior plataforma global para divulgação pública ambiental e é comemorado por milhões de pessoas em todo o mundo. Este ano é hospedado pela Suécia.

Neste dia Mundial do Meio Ambiente é importante lembrar alguns dados que refletem a difícil situação mundial em relação ao uso dos 2,5% de água doce disponível no planeta. Segundo relatório da UNESCO, órgão da ONU para a educação e responsável pelo Programa Mundial de Avaliação Hídrica, mais de um sexto da população mundial, ou o equivalente a 1,1 bilhão de pessoas, não tem acesso ao fornecimento de água doce.

Dos exíguos 2,5% de água doce existente no mundo, apenas 0,4% estão disponíveis em rios, lagos e aquíferos subterrâneos. A situação piora com o desmatamento, a poluição ambiental e as alterações climáticas dela decorrente. Enquanto isso, ações que poderiam reduzir o desperdício da água doce demoram a ser tomadas pelas diferentes esferas governamentais.

O maior consumo de água doce é na agricultura, responsável por 69% do uso e as grandes cidades têm edificações com sistemas hidráulicos e sanitários, como bacias, válvulas sanitárias, torneiras e chuveiros.

De acordo com o Sistema Nacional de Informações de Defesa do Consumidor (Sindec), ações globais e estruturais, como a irrigação por gotejamento e o incentivo à implantação de programas de uso racional da água economizariam milhões de metros cúbicos, evitando assim a necessidade de novos reservatórios de água, extremamente custosos e que prejudicam o meio ambiente ao derrubar matas ciliares com o alagamento.

Outras medidas de incentivo à troca de equipamentos gastadores por outros, economizadores – como bacias e válvulas que consomem 6 litros por acionamento, instalação de arejadores e restritores de vazão em torneiras e chuveiros, entre outros, são instrumentos bem-sucedidos de diminuição do consumo.

Os equipamentos que trazem economia estão disponíveis – e obrigatórios, por norma da ABNT – no Brasil desde 2003. Programas de racionalização já foram adotados em vários países.

Enquanto isso, no Brasil existem campanhas esporádicas para diminuir o consumo de água, rapidamente abandonadas, assim que acaba a eventual seca e os reservatórios estão cheios. Em São Paulo já aconteceu de os cidadãos serem premiados com desconto de 20% em suas contas de água, se atingissem as metas de redução, alguns prédios públicos trocaram suas instalações por outras mais econômicas. Há, porém, a necessidade de implementarmos programas duradouros e permanentes de incentivo à redução do consumo de água.

De acordo com a ONU, o tempo está se esgotando e a natureza está em modo de emergência. Para manter o aquecimento global abaixo de 1,5°C neste século, devemos reduzir pela metade as emissões anuais de gases de efeito estufa até 2030. Sem ação, a exposição à poluição do ar além das diretrizes seguras aumentará em 50% na década e o lixo plástico que flui para os ecossistemas aquáticos quase triplicará até 2040.

Opções verdadeiramente transformadoras em direção à sustentabilidade precisam estar disponíveis, acessíveis e atraentes para que as pessoas tomem melhores decisões diárias. As principais áreas de transformação incluem como construímos e vivemos em nossas casas, cidades e locais de trabalho, como e onde nosso dinheiro é investido e o que fazemos para nos divertir. Mas outros de maior magnitude também incluem: energia, sistemas de produção, comércio global e sistemas de transporte e proteção da biodiversidade.

A saída para esse dilema é transformar nossas economias e sociedades em inclusivas, justas e mais conectadas com a natureza. Devemos deixar de prejudicar o planeta para curá-lo.

Precisamos de ações urgentes para abordar essas questões urgentes, tornando “Apenas uma Terra” e seu foco em viver de forma sustentável em harmonia com a natureza, tão pertinentes como sempre.

Muitas dessas opções só podem ser criadas por entidades maiores: governos nacionais e subnacionais, instituições financeiras, empresas, organizações internacionais e outras organizações com o poder de reescrever as regras, estruturar nossa ambição e abrir novos horizontes.

No entanto, os indivíduos e a sociedade civil devem ser defensores fundamentais, sensibilizadores e apoiantes. Quanto mais levantarmos nossas vozes, enfatizarmos o que precisa ser feito e apontarmos quem é o responsável, mais rápidas serão as mudanças.

O Dia Mundial do Meio Ambiente 2022 e a campanha #OnlyOneEarth devem ser apoiadas para que possamos garantir que a Terra continue sendo um lar confortável para a humanidade.

 

Saiba mais:

SINDEC. 5 de junho, “Dia Mundial do Meio Ambiente”

United Nations. World Environment Day 5 June

 

Relatora:

Renata D Waksman

Coordenadora do Blog Pediatra Orienta da Sociedade de Pediatria de São Paulo

 

Foto: anncapictures I pixabay.com