27 DE JULHO – DIA DO PEDIATRA

27 DE JULHO – DIA DO PEDIATRA

Sociedade de Pediatria de São Paulo
Texto divulgado em 27/07/2021

Estudiosos na antiguidade, como Hipócrates e Aristóteles, já entendiam que crianças e adultos demandavam tratamentos diferentes. Os primeiros hospitais com atendimento específico e separado de crianças surgiram no início do século XIX e a Pediatria só foi surgir como especialidade médica no final do mesmo século, devido aos elevados índices de mortalidade infantil e ausência de profissionais especializados em cuidar de crianças.

Em 1959, a assembleia da Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou a Declaração dos Direitos da Criança e, em 20 de novembro de 1989, foi assinada a Convenção sobre os Direitos da Criança, que reconhece os direitos de todas as crianças a terem o mais alto padrão de saúde possível, a instituição de tratamento de doenças e a reabilitação da saúde. Desde então, em muitos países, o Dia da Criança é comemorado em 20 de novembro e em alguns deles é também o Dia do Pediatra.

Aqui no Brasil, o Dia do Pediatra é celebrado anualmente no dia 27 de julho e esta data foi escolhida por ter sido a da fundação da Sociedade Brasileira de Pediatria, em 1910.

O termo “pediatria” é derivado de palavras gregas que significam “criança”, “doutor / aquele que cura”, sendo a especialidade médica dedicada à assistência à criança e ao adolescente, nos aspectos preventivos (aleitamento materno, imunizações, prevenção de acidentes, acompanhamento do crescimento e desenvolvimento saudáveis – puericultura), e aos curativos (procedimentos e tratamentos das doenças exclusivas ou não da criança e do adolescente).

É importante que a escolha do pediatra aconteça antes mesmo de o bebê nascer e que todos os envolvidos busquem ter uma relação de harmonia e empatia, já que estaremos juntos na rotina da criança, do adolescente e da família por muitos anos, até a entrada na vida adulta. A Academia Americana de Pediatria recomenda que os cuidados pediátricos se estendam até os 21 anos.

Nós acabamos sendo “salva-vidas”, terapeutas, conselheiros e, muitas vezes, o médico principal na vida das famílias. Esse é o nosso diferencial entre as outras especialidades médicas, exigindo uma longa formação, atualização frequente e constante. Algumas ações que, a nosso ver, são fundamentais:

  • Desenvolver uma relação empática e de respeito com a família.
  • Ouvir e escutar, sem críticas ou imposições.
  • Tratar a criança e seus pais pelo primeiro nome.
  • Anotar os comentários e perguntas que são feitos, assim como todas as informações relevantes da criança e sua família.
  • Acompanhar as necessidades psicoemocionais específicas dos pais, pois, qualquer disfunção nessa área repercute no desempenho dos papéis que no momento estão exercendo – o de pai e mãe.
  • Aconselhar quanto a algumas questões de cunho pessoal e familiar, sem intromissões que não tenham sido solicitadas, auxiliar na procura de recursos que a família possa estar precisando.
  • Promover, no consultório, um ambiente acolhedor com atendimento caloroso, educado e atencioso, no qual as famílias sintam-se bem desde o momento que nele entram.  
  • Respeitar o horário marcado para o atendimento. Atrasos eventuais devem ser comunicados com antecedência, se possível.
  • Oferecer um espaço lúdico e seguro para as crianças brincarem.

O hábito – cada vez mais frequente – de usar o atendimento de urgência (“prontosocorrização”) para obter diagnósticos, tratamentos ou exames médicos rápidos faz com que a criança ou adolescente seja visto rapidamente, por alguém que não os conhece, nem à sua família, não sabe de seus antecedentes e histórico ou talvez nem seja pediatra de formação. Nesse local não haverá oportunidade para que os pais tenham suas perguntas respondidas a respeito do crescimento, comportamento, habilidades e se seu filho está atingindo os marcos de desenvolvimento apropriados para a sua idade, não haverá tempo para fornecer as informações sobre as necessidades de nutrição, vacinas, saúde, segurança e atividades físicas. O atendimento é focado na urgência do momento, por isso incompleto, correndo o risco de subestimar algum processo que exija acompanhamento contínuo ou, o que é pior, de atrasar o diagnóstico de determinadas situações físicas e/ou emocionais.

Os cuidados de puericultura realizados por nós, pediatras, representam um dos maiores valores da medicina, ao oferecer qualidade e prevenir doenças e lesões que poderiam gerar um enorme custo emocional e financeiro.

A compreensão de que nosso trabalho não passa desapercebido aquece a alma de todos nós, que procuramos dar o exemplo ao fazer tudo com amor, dedicação, disponibilidade e competência, deixando muito claro para todos que o principal na vida é a saúde.

Mais informações:

1- When celebrate the day of the pediatrician.
https://geek-tips.imtqy.com/articles/4637479857360338/index.html

2- Pediatricians Partnering with Families.
https://www.nichq.org/insight/pediatricians-partnering-families

3- A day in the life of a pediatrician.
https://www.sgu.edu/blog/medical/a-day-in-the-life-of-a-pediatrician/

Relatores:
Renata D Waksman
Moises Chencinski
Fernando M F Oliveira
Tania M R Zamataro
Coordenadores do Blog Pediatra Orienta da Sociedade de Pediatria de São Paulo.