A maioria das pessoas já ouviu falar em glaucoma, como sendo a principal causa de cegueira irreversível no mundo, que afeta mais pessoas a partir dos 40 anos.
Apesar de mais raro (1 a cada 10 mil bebês), o glaucoma congênito ou infantil é muito grave e, se não for diagnosticado e tratado precocemente, leva à cegueira de forma muito rápida.
O glaucoma se deve a um desequilíbrio entre a formação e a drenagem de um líquido interno do olho, o humor aquoso. O acúmulo desse líquido gera um aumento da pressão ocular, que vai comprimir a cabeça do nervo óptico, levando à cegueira.
O bebê que nasce com obstrução do local de drenagem desse líquido tem sinais diferentes do glaucoma do adulto.
Como o olho do bebê é menos rígido que o do adulto, essa elevação da pressão interna do olho leva a um crescimento excessivo do globo ocular (“buftalmo”), e também a um inchaço da córnea, que dá um tom azulado da camada mais anterior do olho.
Os sintomas decorrentes dessas alterações nos olhos são: lacrimejamento excessivo, muita fotofobia (o bebê não consegue abrir os olhos diante de luminosidade), olhos irritados e vermelhos, aumento do diâmetro da córnea.
O tratamento, na maioria dos casos, é com cirurgia, com o intuito de baixar a pressão intraocular, que deve ser feita após o diagnóstico, com exame sob narcose para a medida da pressão ocular e fundo de olho do bebê.
Relatora:
Márcia Keiko Uyeno Tabuse
Presidente do Departamento Científico de Oftalmologia da Sociedade de Pediatria de São Paulo