Temos vivenciado momentos difíceis em relação à saúde, seja pela pandemia pelo coronavírus, seja pela enorme quantidade de outros vírus que “enlouqueceram” desde 2021, com mudanças na sazonalidade, provocando epidemias fora de época, como o Vírus Sincicial Respiratório (de atenção fundamental para as crianças, principalmente as menores) e o Influenza. Mas não podemos esquecer de um vírus em particular, que desde as décadas de 80 e 90 trouxe uma enormidade de problemas, inclusive gerando intolerância de gênero, que é o HIV.
Importante mencionarmos que, de situações de intolerância de gênero, hoje o principal grupo acometido pelo HIV são os heterossexuais, ou seja, a população dominante de gênero. E isto representa um risco para outra população, que sequer tem a prerrogativa do gênero para sua contaminação, que são os recém-nascidos.
Lógico que não devemos tirar nossos olhos das crianças e adolescentes que podem se contaminar por uso de drogas e relações sexuais (hoje o risco nas transfusões é mínimo, devido à triagem no sangue dos doadores), e cabe a todos nós a orientação e o cuidado com estes indivíduos que estão começando suas vidas e, certamente, ainda não têm o discernimento suficiente para entender os riscos de seus atos. Precisamos estar lado a lado com eles, não para reprimi-los, mas para que tenham um caminho com o mínimo de riscos possível.
Mas gostaríamos também de comentar dos recém-nascidos, o que significa falarmos das gestantes.
É essencial que tenhamos cuidados completos no pré-natal, com as consultas e os exames para investigação, não só do HIV, mas de diversas outras doenças, como sífilis e hepatites. O Brasil tem se esforçado para a erradicação do HIV (e sífilis) de transmissão da mãe para o recém-nascido e muitas cidades, inclusive, serão homenageadas no dia 1/12 por conseguirem esse feito!
Nascer com qualquer doença é algo que jamais iremos querer para nossas crianças, e o pré-natal correto é um grande passo que podemos, e devemos, fazer para permitir qualidade de vida para essas crianças no início de suas vidas!
Relator:
Marcelo Otsuka
Vice-Presidente do Departamento Científico de Infectologia da Sociedade de Pediatria de São Paulo