19 de agosto – Dia Mundial Humanitário

19 de agosto – Dia Mundial Humanitário

Instituída pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 2008, a data de 19 de agosto foi escolhida para lembrar e homenagear, anualmente, todas as pessoas dedicadas às causas humanitárias. Foi nessa data que, em 2003, um atentado ao Escritório de Coordenação Humanitária da ONU em Bagdá (Iraque), tragicamente, tirou a vida de 22 funcionários e colaboradores, entre os quais o diplomata brasileiro Sergio Vieira de Mello, Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos.

O lema para o ano 2022 é, em tradução para o português, “É preciso uma aldeia” (em inglês: “It takes a village”), entendendo que todo esforço humanitário envolve não somente pessoas, mas comunidades inteiras.

Afinal, são enormes os esforços enfrentados diariamente por milhares de profissionais e voluntários, cujas ações corajosas trazem verdadeiro impacto às pessoas por eles atendidas. No ano passado, de acordo com as Nações Unidas, 117 trabalhadores humanitários foram mortos, 242 ficaram feridos e 125 foram sequestrados.

Em 2021, cerca de 235 milhões de pessoas necessitavam de alguma ajuda humanitária e proteção, ou 1 em cada 33 habitantes do planeta – um recorde histórico e com tendência a aumentar.

Os temas abrangem, mas não se limitam, à fome mundial, saúde materna, desastres naturais, acesso à educação, mudanças climáticas e combate às desigualdades e à pobreza.

Atender às enormes necessidades das vítimas de desastres e conflitos pelo mundo, em geral com recursos doados por pessoas, instituições e governos, torna fundamental o papel dessas pessoas e entidades envolvidas em atividades humanitárias. Sua atuação por intermédio de uma rede de instituições governamentais e entidades não governamentais é essencial para a promoção aos necessitados de melhores condições de sobrevivência, acesso a abrigo, alimentação, saúde, educação, trabalho e direitos.

São desafios na esfera da saúde: gerações inteiras de crianças deslocadas ou mutiladas por conflitos armados; mulheres e meninas sob risco de violência sexual ou baseada no gênero; e questões de saúde mental, que chegam a acometer 1 em cada 5 pessoas que vivem em zonas de conflito; entre outros.

O Brasil tem sido instado a responder a uma série de crises humanitárias, como no caso envolvendo o terremoto ocorrido no Haiti (2010) e na crise migratória venezuelana (1999 até o presente). Calcula-se que 93 mil haitianos entraram no Brasil desde 2010, e que mais de 350 mil venezuelanos se fixaram no país desde 2017. Dos cerca de 3.000 pedidos de reconhecimento de refúgio no Brasil em 2021, metade era de crianças e adolescentes.

São crianças e famílias que merecem respeito e solidariedade, porque o que procuram no mundo é o direito de existir.

 

Relator:
Cleyton Angelelli

Núcleo de Estudos de Saúde Mental da Sociedade de Pediatria de São Paulo

 

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