Uma pergunta que sempre é feita por todos: afinal, o que é sepse?
De maneira bem simples, podemos dizer que sepse é uma situação clínica decorrente de uma infecção – por vírus, bactéria ou qualquer outro agente infeccioso – onde há uma incapacidade do sistema circulatório em possibilitar um fluxo sanguíneo adequado para atender às necessidades metabólicas dos tecidos e órgãos quanto a nutrientes e oxigênio.
A pergunta seguinte é: e isso é importante?
A Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2020, estimou que ocorreram 48,9 milhões de casos de sepse em 2017, com 11 milhões de óbitos em todo o mundo. Observa-se um elevado número de casos (apesar de haver uma subnotificação significativa), bem como uma alta letalidade, próxima a 20% de óbitos.
No Brasil, estimam-se 240 mil óbitos por ano. Esses números foram muito ampliados devido à pandemia pelo SARS-CoV-2, diminuindo sobremaneira com o advento da vacinação contra a Covid-19. A taxa de mortalidade é ainda mais elevada, atingindo até 65% (!).
O impacto dessa situação foi sentido na faixa etária pediátrica, em que se estima, desse total de casos, 20 milhões em menores de cinco anos, com 2,9 milhões de óbitos.
Há, portanto, uma enorme preocupação de todos os pediatras com a sepse em nossos pacientes, em nossos filhos…
A sepse pode ocorrer em ambiente hospitalar ou na comunidade, ou seja, na escola, em casa… E a principal medida para o controle da evolução grave dessa doença encontra-se no diagnóstico precoce e na instituição rápida das medidas de tratamento.
É preocupante saber que muitos desses óbitos decorrem de sepse por doenças imunopreveníveis, isto é, que possuem vacinação capaz de evitar a doença grave por esses agentes, como observamos após a introdução da vacina para SARS-CoV-2.
O primeiro passo para a redução do número de casos e a gravidade da sepse inicia-se com a ampliação da cobertura vacinal e, fundamentalmente, com o reconhecimento precoce da doença e a instituição das medidas terapêuticas o mais rapidamente possível.
É por essa razão que os serviços de saúde devem utilizar protocolos clínicos institucionais muito objetivos para o diagnóstico e rápida intervenção, reduzindo a letalidade desta situação clínica tão preocupante.
Saiba mais:
- https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/sepsis
- https://portal.fiocruz.br/noticia/sepse-maior-causa-de-morte-nas-utis#:~:text=Segundo%20a%20Organiza%C3%A7%C3%A3o%20Mundial%20da,organismo%20produzidas%20por%20uma%20infec%C3%A7%C3%A3o.
- https://ilas.org.br/
Relator:
Marcelo Otsuka
Departamento Científico de Infectologia da Sociedade de Pediatria de São Paulo
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